Alminhas, em Urgueira
Na aldeia de Urgueira existem umas alminhas epigrafadas de rara beleza. Pedimos ao Historiador Carlos Caetano que no-las descrevesse para melhor compreensão:
Alminhas
Epigrafadas de 1877
Adaptadas num pilar prismático regular, encimado por uma cornija sobre a qual se apoia uma uma peanha, de configuração cónica irregular, que serve de base a uma cruz de típica configuração, com os braços iguais, ligados entre si por ornatos em voluta que evocam a morfologia das cruzes celtas, o que mostra ser um exemplo muito raro de revivalismo romântico na região.
O pilar tem inscrita na sua face principal, uma moldura rectangular, disposta ao alto, de recorte muito vincado, a toda a altura do pilar de base, tendo no seu topo um recorte convexo, retilíneo convexo, em forma de sanefa, sob o qual se dispõe o nicho das alminhas propriamente dito, de formato quadrado, encimado por um semicírculo.
As alminhas propriamente ditas eram pintadas diretamente sobre a pedra ou numa placa de madeira, ou de metal, a fim de ser apostas no referido nicho, disposto na parte superior do pilar.
Abaixo do nicho uma cartela que tem uma epígrafe latina de difícil descodificação.
Abaixo, noutra cartela de configuração semelhante está outra epígrafe com a data de 1877.
E no fundo do pilar, noutra cartela de configuração oval, outra epígrafe onde se lê “AM” (Avé Maria).
Registe-se a boa qualidade do trabalho do Canteiro e o contexto rústico em que ela se insere.