Torre de Menagem

Com o avanço da Reconquista Cristã, e a consequente criação dos diversos reinos cristãos peninsulares, deu-se um grande processo de revitalização das cidades e vilas reconquistadas. Muitas delas foram fortificadas. Foi o caso da Guarda. 

A criação de um novo sistema defensivo, mais moderno e que obedecia às reformas arquitetónicas e militares de época, a Torre Velha, sita na zona do Torreão, acabou por ser incorporada nas muralhas erguidas, na segunda metade do século XII, mais precisamente no reinado de D. Dinis. 

Foi neste tempo que se edificou a atual Torre de Menagem, implantada a 1056 metros de altitude e dominando a paisagem de toda a região, de onde se avistam outras fortificações, designadamente Trancoso e Pinhel.

Foi construída em planta pentagonal irregular, assente diretamente na rocha mãe.

Em redor da Torre foi edificada toda uma estrutura militar e residencial, denominada de Alcáçova(gótica), que não era mais do que um paço fortificado onde residia o Alcaide-Mor e a sua família, bem como os funcionários da tutela régia e a guarnição militar.  Mas era também o centro nevrálgico do agora modernizado sistema defensivo da cidade, que incorporava agora vastos panos de muralha, adaptados às curvas de nível, que circundavam a cidade, abrigando o burgo medieval. Estas muralhas eram abertas por portas monumentais localizadas de forma a servir as principais vias de comunicação que ligavam a Guarda a outras cidades, designadamente: Castela, via Almeida, Celorico da Beira, com a lendária Estrada da Beira, uma das grandes vias de Portugal das idades Média e Moderna que ligavam a região a Coimbra e a Lisboa; e à Covilhã.  Sobreviveram desse tempo a Porta da Erva, a Porta d’El Rei e a Porta dos Ferreiros, esta protegida por uma torre. A atual Torre dos Ferreiros.