O Castelo de Moreira de Rei é uma imponente fortificação com raízes na ocupação pré-histórica e romana da região. É uma fortificação muito interessante pois aproveita imponentes afloramentos rochosos que foram unidos por panos de muralha.

A primeira referência ao castelo remonta ao século X, quando D. Chamôa Rodrigues o doou ao Mosteiro de Guimarães, evidenciando sua relevância na época. Após ter sido devastado por forças mouras lideradas por Almançor, foi reconstruído e recebeu uma nova função militar estratégica com a fundição de metais no seu interior.

No período da reconquista, Moreira de Rei foi um importante bastião de defesa para o jovem reino de Portugal, especialmente durante o reinado de D. Afonso Henriques, que concedeu foral à vila e promoveu a reconstrução do castelo, consolidando assim a sua importância militar e administrativa na região. 

O senhorio do castelo, cedido ao cunhado do rei, Fernão Mendes de Bragança, destacou ainda mais a sua relevância no cenário político e de poder.

Apesar da sua importância na génese do Reino de Portugal, a partir do século XIII, o castelo começou a perder relevância militar, como evidenciado pela falta de reformas sob os reinados de D. Afonso III e D. Dinis. 

No entanto, em 1512, D. Manuel I concedeu-lhe um novo foral, tentando revitalizar a vila com a edificação do pelourinho. O castelo ainda foi utilizado pela nobreza local, passando pelas mãos da família Fonseca Coutinho e, mais tarde, dos marqueses de Castelo Rodrigo.

Com o tempo, o castelo foi abandonado e entrou em ruínas, as suas pedras foram em muitos casos reutilizadas pela população na construção do casario. 

Já no início do século XX, o padre Júlio César Gomes iniciou uma campanha contra a demolição do castelo, preservando-o de maior deterioração. Em 1932, foi classificado como Monumento Nacional e, na década de 1940, algumas de suas muralhas foram restauradas.

Hoje, o Castelo de Moreira de Rei, embora em ruínas, é um testemunho da rica história da região, que vem desde a reconquista cristã até o período medieval. É uma paragem obrigatória para quem busca conhecer o passado estratégico e cultural da região de Trancoso.