O conjunto arqueológico que envolve a necrópole de Moreira de Rei é de grande interesse, não apenas pelos seus vestígios funerários, mas também pela sua relação com as paisagens históricas e culturais da região e até de Portugal. 

Hoje, a necrópole é um ponto de atração para os interessados em história, arqueologia e património, destacando-se como um local de importância regional que complementa a visita ao Castelo de Moreira de Rei e ao restante património local e regional. 

É um importante testemunho arqueológico da presença humana desde a Alta Idade Média. Composta por mais de 600 sepulturas escavadas na rocha, principalmente de formato antropomórfico, a necrópole reflete os rituais funerários medievais, quando os enterramentos eram frequentemente realizados junto a castelos ou povoações fortificadas, como o Castelo de Moreira de Rei. 

Este conjunto arqueológico, que remonta ao século VIII-X, reforça a relevância histórica da freguesia e proporciona uma ligação íntima entre a vida comunitária, religiosa e defensiva daquela época.

Além das características antropomórficas das sepulturas, típicas das necrópoles medievais, acredita-se que tenha sido utilizada por populações cristãs e também durante o período suevo-visigótico, evidenciando a longa ocupação do território. 

A importância desta necrópole insere-se no contexto histórico da Reconquista e da fixação de comunidades cristãs na região. Com a proximidade do Castelo de Moreira de Rei, que desempenhou um papel defensivo significativo durante a formação do território português, a necrópole revela-se uma parte fundamental para o estudo da evolução social e cultural da região de Trancoso.

A necrópole é, assim, não apenas um testemunho dos rituais mortuários de épocas passadas, mas também um marco importante na história de Moreira de Rei, um sítio arqueológico de valor inestimável que contribui para a compreensão da organização territorial, religiosa e social na transição da Antiguidade Tardia para a Idade Média.